CONATIG lembra e alerta sobre vítimas de acidentes e doenças de trabalho
Na terça-feira (28), comemora-se o Dia Mundial em Memória dos Trabalhadores Vítimas de Acidentes de Trabalho e de Doenças Profissionais. A data é celebrada mundialmente desde o ano de 1969, mas foi instituída no Brasil somente em 2005
No ano de 2013, houve 717.911 acidentes do trabalho no País, registrados pelo INSS, em diversas profissões. O montante equivale a acidentes típicos, acidentes de trajeto e doenças do trabalho, além dos acidentes que não foram registrados em Comunicado de Acidente de Trabalho. A categoria gráfica está inserida nesta triste estatística. Assim, a saúde e segurança do trabalhador é um tema de plena relevância e merece toda atenção da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria Gráfica (CONATIG). O órgão de classe avalia que, para a melhoria da saúde do trabalhador, é necessário a participação dos empregados no processo que define a organização laboral, como diz a Norma Regulamentadora 9. Esta NR trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que prevê a intervenção nos riscos dos ambientes de trabalho.
“Além do expressivo número de acidentes do trabalho no País, percebe-se também o aumento dos transtornos mentais gerado pelas condições de trabalho”, conta Leonardo Del Roy, presidente da CONATIG. Esse absurdo cenário é geralmente derivado das metas de produção que são cada vez mais desafiadoras, associadas aos baixos salários, ao medo de perder o emprego e ao assédio moral. Tais pontos são preponderantes para tornar os trabalhadores cada vez mais suscetíveis às doenças mentais. Não é à toa que o transtorno mental é a causa líder em número de casos de afastamento do funcionário ao trabalho no País, perdendo só para as doenças de traumas e doenças osteomusculares (Lesões por Esforços Repetitivos – LER / Doenças Osteomusculares – Dort).
O trabalhador gráfico das mais diversas ocupações inerentes à atividade está constantemente exposto às doenças e acidentes do trabalho. E os motivos são vários: desconhecimento, falta de treinamento, falta de informação e sobretudo a negligência patronal que não consegue ver na prevenção um investimento. Com isto, o atual cenário na vida da categoria gera grande preocupação nos sindicatos, federações e na CONATIG, que, infelizmente, tem verificado o crescimento dos trabalhadores adoecidos, mutilados e até mortos dentro de oficina gráfica.
“Para inverter este triste cenário, tudo passa pela democratização das relações de trabalho no Brasil, garantindo o cumprimento das Normas Regulamentadoras, Convenções da OIT e da Consolidação das Leis do Trabalho”, pontua José Augusto de Oliveira, secretário regional Sul da CONATIG. O dirigente entende que é preciso ainda o esforço coletivo dos Sindicatos dos Trabalhadores Gráficos, divulgando informações sobre prevenção à saúde dos trabalhadores em seus meios de comunicação, a exemplo de sites, informativos, cartilhas, folders e outras formas de comunicação por todos utilizados.
O dirigente lembra que no Brasil, não só em relação à categoria gráfica, mas ao conjunto da classe trabalhadora, os gastos anuais com os acidentes de trabalho consomem bilhões de reais dos recursos públicos. Esse dinheiro, em geral, é gasto com assistência médica, benefícios por incapacidade temporária ou permanente, além das pensões por morte de trabalhadores vítimas das más condições de trabalho.
Para Del Roy é preciso lutar por saúde e segurança no trabalho, em defesa dos direitos dos empregados e contra a exploração deles. Ele entende que essa deve ser a bandeira de luta de cada trabalhador e sindicatos; e é dever de cada empresário; além de ser a obrigação dos órgãos fiscalizadores do Estado. “É preciso o empenho de todos para se obter bons ambientes de trabalho e a organização e mobilização dos trabalhadores podem enfrentar esta realidade”, diz o dirigente, frisando que basta de doenças e acidentes, o trabalho não deve doer.
28 DE ABRIL
28 de abril é o dia Mundial em Memória dos Trabalhadores Vítimas de Acidentes de Trabalho e de Doenças Profissionais. A origem desta data remonta ao ano de 1969, quando ocorreu uma explosão em uma mina da cidade de Farmington, no Estado de Virginia, nos Estados Unidos. O acidente vitimou 78 mineiros. A partir dessa data, 28 de abril passou a ser considerado o Dia em Memória das Vítimas das más condições de trabalho. O dia foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho. A data foi instituída no Brasil pela Lei Federal 11.121/2005.