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FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA GRÁFICA DA COMUNICAÇÃO GRÁFICA E DOS SERVIÇOS GRÁFICOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

menuclear
1 de fevereiro de 2016

CONATIG reivindica justiça fiscal a começar pela correção do IR

O setor gráfico e os efeitos negativos com o congelamento da tabela do Imposto de Renda

Os trabalhadores gráficos, em especial impressores e até pré-impressões, serão prejudicados no bolso se o novo ministro da Fazenda, Joaquim Barbosa, confirmar suas intenções de que não vai corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR) em 2016, como era feito anualmente desde 2005. Com isso, os trabalhadores perderão dinheiro, mesmo depois das últimas batalhas dos sindicatos nas negociações salariais. Haverá uma defasagem – com prejuízo para o gráfico – entre o tamanho do reajuste salarial (baseado na inflação) em relação à correção da tabela do IR. No caso do Estado de São Paulo, por exemplo, enquanto a recomposição salarial foi de 10,33%, a tabela do IR, se mantida a de 2015, variou entre 4,5 a 6,6%. Haverá, portanto, uma larga desvantagem para o trabalhador, que verá, sem nada poder fazer, o salário rebaixado pela taxação do Imposto de Renda, além das interferências diretas da alta inflação. A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (CONATIG) reivindica a justa correção da tabela do Imposto de Renda.

“Todos que ganham até R$ 3.250 por mês deveriam ficar livres do IR se a tabela do imposto fosse atualizada acompanhando a inflação nas últimas duas décadas”, conta Leonardo Del Roy, presidente da CONATIG. Mas, infelizmente, essa não foi a realidade. É por isso que quem ganha um pouco mais de 1,9 mil é obrigado a deixar parte do salário com o ‘leão’ do imposto de renda.

A presidente Dilma Rousseff não pode aceitar o congelamento da tabela do IR. A ação prejudicará o trabalhador. Se isso ocorrer, será a primeira vez em 12 anos que não haverá correção do imposto, mesmo que abaixo da inflação. Nos últimos 20 anos, a defasagem do IR sobre a inflação passa de 70%, segundo cálculo do Sindicato Nacional dos auditores fiscais da Receita. Contudo, vale pontuar que a maior parte do resíduo, é herança do governo FHC. Ele passou seis anos sem atualizar as faixas de renda.

“O Brasil deve adotar a política de justiça fiscal, ou seja, deve descontar mais de quem ganha mais”, destaca Del Roy. O sindicalista ressalta que é um absurdo observar que, ao longo de décadas até hoje, o recolhimento do imposto pesa mais no bolso do trabalhador que recebe salário menor. E, para piorar, o governo dá sinais de que nem corrigirá a tabela do IR.

A CONATIG lembra também que além do Imposto de Renda, o gráfico e demais categorias profissionais já estão sendo onerados com a inflação, a qual majora os valores dos tributos públicos, como água, luz, além do transporte, combustível, alimentação e muito mais. “Tudo isso, faz com que o salário dos trabalhadores tenha um menor poder de compra. O IR e a inflação, portanto, diluem os reajustes salariais dos gráficos”, critica.

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