Empoderamento da Mulher Gráfica
Cresce empoderamento da mulher gráfica do país dentro da classe.
Pela primeira vez na história, a Conatig terá uma vice-presidente mulher. Maior unidade e organização feminina também é verificada com ações comuns do coletivo nacional contra reformas trabalhista e previdenciária
Na última semana, ações importantes ocorreram para o empoderamento de uma parcela significativa da categoria gráfica brasileira, formada por 30% de mulheres, as quais serão mais penalizadas se forem aprovadas as reformas trabalhista e previdenciária defendidas pelo governo Temer. O referido segmento feminino, conduzido pela secretaria de mulheres da Confederação Nacional dos Gráficos (Conatig), iniciou a distribuição de uma carta aberta às trabalhadoras do setor por vários estados. Unidas e organizadas, as sindicalistas expuseram os riscos com as reformas que estão sendo analisadas apressadamente pela Câmara dos Deputados.
Quase mil cartas foram entregues em uma ação inicial no Dia da Mulher, na Praça da República, em SP. A atividade contou com a atuação de sindicalistas das regiões Sudeste, Sul e do Nordeste. Na ocasião, ainda foi distribuída a cartilha sobre assédio moral, elaborada pelo Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do Paraná. Em relação à carta aberta, ela já começou a ser entregue em outros estados, como em Pernambuco. A distribuição continua pelo país, sob a responsabilidade dos Sindicatos.
“Oportunizamos a chance de organizadas enquanto sindicalista gráfica de aproveitar este contato direto com trabalhadoras e apresentá-las com a carta e com conversa os vários prejuízos dessas reformas do Temer”, conta Elisângela Oliveira, secretária de Mulher da Conatig e secretária-geral do Sindicato dos Gráficos (STIG) de São Paulo – entidade que em conjunto com o STIG Barueri/Osasco reuniu mais de 200 mulheres do setor numa atividade para apresentar os referidos prejuízos. Elisângela garantiu ainda que até o fim do mês visitará as funcionárias da capital de SP na Editora Sol (mais de 200 trabalhadoras) e DMK (80 empregadas). A distribuição da carta também está sendo feita fortemente em outras regiões do Estado, as exemplo das regiões de Jundiaí, Santos e Bauru.
Outra questão importante para o empoderamento das mulheres gráficas brasileiras, que carece sempre da unidade e de ações práticas coletivas pelo país, a exemplo desta pioneira construção e distribuição da carta, deriva da confirmação de que pela 1ª vez na histórica da Conatig uma mulher vai ocupar a Vice-Presidência desta entidade. O anúncio foi feito durante a reunião geral nacional da Confederação na última semana. A eleição, que acontecerá em junho, terá chapa única. Elisângela Oliveira foi escolhida para representar as mulheres neste inédita e difícil missão, haja vista os vários desafios ainda enfrentados pelas mulheres do setor.
Unidas e com ações práticas e coletivas pelo Brasil. Estes são os eixos iniciais e fundamentais que Elisângela considera ser preciso para que possa haver algum trabalho efetivo em favor das milhares de mulheres nas gráficas pelos estados do país. A sindicalista recebeu com surpresa a indicação e agradeceu a confiança, mas adverte que só estratégias e políticas coletivas e organizadas podem começar a mudança do cenário.
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