MUNDO DO TRABALHO MUDOU: TEMOS QUE NOS ADEQUAR A NOVA REALIDADE
O movimento sindical já sobreviveu ao golpe militar de 1964, ao fim do reajuste automático de salários, enfim, a tantos momentos conturbados de nossa história que haveremos de superar estes ataques dos últimos governos e prosperar.
Contudo, temos que quebrar alguns tabus como, por exemplo, realidades como o home office, trabalho intermitente, terceirização, rotatividade, autônomos exclusivos e meios alternativos de solução de conflito.
Temos que admitir que o mundo do trabalho mudou e nos adequar a nova realidade diante ao avanço tecnológico.
As convenções coletivas precisam começar a regular esses novos formatos e características do trabalho, garantindo proteção e segurança jurídica ao empregado e ao empregador.
Em outro momento, também já falamos sobre a Indústria 4.0, por si só, está mudando as relações entre capital e trabalho.
Apesar de a reforma trabalhista ter tirado uma série de importantes direitos conquistamos uma importante força que é o “negociado sobre o legislado”.
Precisamos estar preparados para ocupar esse lugar.
O movimento sindical precisa evoluir e se reconstruir e adaptar as novas tecnologias em suas estruturas Sindicais também.
Ninguém tem a receita, mas há possibilidades de unificar sindicato ou unificar estruturas para diminuir custos e aumentar representatividade.
Dentro desse novo cenário, o papel das Federações e Confederações também será atualizado e adaptado às novas necessidades, acreditando na permanência da importância dessas estruturas.
Vale lembrar que o dirigente sindical é interlocutor do trabalhador. Então, com a experiência desse grupo, temos que continuar perseverando, nos aproximando dos trabalhadores, dialogando com eles e imaginando que existe um novo mundo de relação entre capital e trabalho a ser construído. No momento, podemos considerar que estamos em desvantagem, porque essas forças estão desequilibradas. Mas, cabe a nós dirigentes enfrentar e encontrar uma saída, contribuindo para esta reconstrução.
Moacir José Effting.
Presidente do SINDGRAF Blumenau
Presidente da FETIGESC.