Com data-base em 1ª de abril, dois sindicato dos gráficos catarinenses (STIGs) conseguem concluir a campanha salarial sem prejuízo para a categoria pelos próximos doze meses. Os Sindicatos Itajaí e Concórdia, de distintas regiões do estado, conseguiram renovar os direitos coletivos dos trabalhadores. Na região de Concórdia foi possível até ampliar os direitos. O presidente da entidade, Juliano Schell, conquistou a inclusão de uma cláusula de barreiras à nova lei do trabalho. Assim, nesta região, nenhum gráfico sindicalizado pode ter a sua rescisão contratual sem que seja feita no STIG. Os gráficos com 10 anos de empresa, independente de associado, também estão protegidos pela mesma obrigatoriedade. Este direito garante a fiscalização dos direitos de parte da classe e ainda promove o estímulo para o gráfico procurar o STIG para se sindicalizar.
Além dessa conquista, Schell também garantiu ganho real no salário de todos trabalhadores. Passam a receber salário superior os piso de SC. O INPC de abril foi de 1,56%, mas o STIG Concórdia garantiu 2,90% de reajuste. Com isso, após os três meses de experiência, o salário mínimo dos gráficos da região passa para 1,3 mil, ficando superior aos R$ 1.271 correspondente ao piso regional do Estado de Santa Catarina. Já o piso admissional, voltado pra quem está na experiência, ficou em R$ 1,1 mil.
“Já na região do foz do Rio Itajaí, apesar dos esforços de Itamar Merini, presidente do STIG local, não foi possível conseguir aumento real para os gráficos de Balneário Camboriú, Itapema. Porto Belo, Bombinhas, Navegantes, Penha, Piçarras, Ilhota, e Luiz Alves”, conta José Acácio, presidente da Federação Catarinense da classe (Fetigesc). Embora não houver ganho, nenhum trabalhador teve perdas. Porque foi garantida a recomposição inflacionário sobre a remuneração no patamar de1.56%.
O índice foi aplicado para todos que recebem o valor de até R$ 3 mil. Com isso, o salário da classe na região fica nivelada pelo piso de SC. E durante o contrato de experiência de três meses recebe piso de R$ 954. Merini também conseguiu manter todos direitos contidos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria em toda a região do Foz do Rio Itajaí.
“Apesar de todas as restrições que a nova lei do trabalho têm imposto no processo de negociações de direitos dos trabalhadores, os sindicatos têm reduzido tais aplicações atrasadas, dando demonstração de força e buscando superar tantas dificuldades, conseguindo garantir e ampliar os direitos do gráfico”, fala Leonardo Del Roy, presidente da Confederação Nacional dos Gráficos (Conatig), entidade na qual a Fetigesc e os STIGs catarinenses são filiados. Todavia, para ser sustentável tal resistência sindical com resultados favoráveis para os trabalhadores, demonstradas concretamente nestas negociações dos STIGs Itajaí e Concórdia, a categoria precisa fazer sua parte. O dirigente alerta que com o sindicato a frente das negociações dos direitos, os gráficos só têm a ganhar. Por isso, é preciso que o trabalhador se unifique entre si em torno do STIG, participando e dando condições de sobrevivência dos sindicatos. Assim, faze-se necessário contribuir de todas as formas. Sindicalize-se agora!