STIGs catarinenses avaliam contas da Federação Gráfica do Estado
Sindicatos perdem ajuda financeira da Fetigesc frente aos efeitos da nova lei do
trabalho de Temer contra representação dos profissionais gráficos. A categoria
precisa contribuir com os STIGs para autodefender a própria classe
A nova legislação trabalhista, construída pelo governo Temer e partidos aliados ligados aos setores patronais
brasileiros, começa a prejudicar de forma efetiva a organização dos gráficos catarinenses através de regras criadas para fragilizar a representação sindical dos trabalhadores.
Nove meses após sua validade, sindicatos da classe em SC (STIGs) deixarão de receber a ajuda financeira repassada pela Federação dos Gráficos do Estado (Fetigesc). O recurso era oriundo de parcela da contribuição financeira anual dos profissionais a seus sindicatos, sendo flexibilizada pela nova lei, fragilizando o movimento sindical e os direitos da classe.
A informação do fim do repassa financeiro da Fetigesc para sindicatos associados foi feita pelo presidente da entidade regional, José Acácio, durante o encontro dos presidentes desses STIGs durante a prestação de contas da referida federação. ” Infelizmente, ficamos sem condições de continuar ajudando financeiramente os STIGs catarinenses, mesmo sabendo das dificuldades as quais passam estas entidades”, lamentou. Estavam presentes os líderes dos sindicatos de Joinville, Blumenau, Itajaí, Criciúma, Lages e Concórdia. Só faltou o STIG Florianópolis, que informou anteriormente a sua ausência por outras agendas já marcadas. A reunião foi realizada na sede do
Sindicato dos Gráficos de Joinville. A Fetigesc tem tomada várias ações para continuar na luta em defesa dos trabalhadores, situação cada vez mais difícil diante dos efeitos da nova lei trabalhista. “Contudo, a entidade tem buscado se reestruturar a fim de minimizar o péssimo momento financeiro que se instalou a partir da reforma trabalhista do desgoverno de Temer relativo à flexibilização da contribuição sindical dos trabalhadores, ameaçando eles próprios”, diz Acácio. A fim de manter a entidade ativa, o dirigente conta que até o diretor financeiro da Federação, Mauro Machado, cortou 100% de sua verba de representação. E Acácio seguiu igual caminho, cortando 50%, antevendo as dificuldades que já estão chegando na entidade gráfica.
Na ocasião, foi elaborada a pauta de reivindicações para a negociação salarial dos gráficos da região do Oeste catarinense, área inorganizada. Diante da distância do local, a Fetigesc avaliou até os custos financeiros para mantê-la. A Federação sempre primou com responsabilidade e transparência nas contas da entidade. Assim, como ocorre todos anos, aproveitou para apresentar para os STIGs a prestação de contas de 2017 e sem dívidas, sendo aprovada. O escritório contábil responsável pelas contas expôs todos os dados, junto com os membros do Conselho Fiscal da
Fetigesc, Dirnei Valério, Otávio Gavron e Wander Dias.
“Acompanhamos com muita preocupação os reflexos perversos da nova lei do trabalho para a manutenção das entidades sindicais com reflexos sobre as federações estaduais, sendo sentidos com repasses menores também na Confederação Nacional dos Gráficos (Conatig), entidade na qual a Fetigesc é filiada”, fala Leonardo Del Roy, presidente da Conatig. Contudo, positivamente, tem sido observado ainda que os sindicatos continuam na luta para manter saldos positivos para os trabalhadores gráficos por meio das respectivas convenções coletivas de trabalho. Portanto, é preciso que o trabalhador entenda que todos estes direitos coletivos e individuais garantidos pelos
STIGs através das convenções, só será possível sua manutenção com a participação dos trabalhadores por meio do processo de sindicalização e da participação das condições de custeio dos sindicatos. “Do contrário, estes direitos dos trabalhadores em um curto espaço de tempo não serão mantidos. Assim, não entre nesta campanha difamatória das empresas e da mídia contra os STIGs, pois tenha certeza que sindicato forte é a classe que faz”, fala Del Roy.