Um resumo das Negociações Gráficas em Santa Catarina
Em levantamento feito pelo Sindraf de Blumenau Moacir Effting e Diretor da Nova Central SC. Houve melhora em todas as negociações coletivas dos gráficos de Santa Catarina.
Terminou a temporada de negociações do setor gráfico catarinense e o saldo foi positivo para os trabalhadores da base de representação de nove sindicatos e da federação da categoria no Estado. A recomposição da inflação nos salários e o ganho real ocorreu em todas as transações coletivas entre as entidades patronais e os órgãos obreiros, que têm datas-bases distintas, entre janeiro (Blumenau) e setembro (Criciúma). Os reajustes variaram positivamente de 0,67 acima da inflação (Lages) a 1,69 (nas áreas onde não há sindicados organizados, mas que são representados pela Federação dos Trabalhadores na Indústria Gráfica de Santa Catarina (Fetigesc). Os índices percentuais foram levantados e sistematizados pelo Sindicato dos Gráficos de Blumenau (Singraf).
A primeira transação coletiva da categoria gráfica deste ano, que serve de referência para os demais sindicatos, foi realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Gráficos de Blumenau e Região. Ela ocorre sempre em janeiro e abre anualmente o período de negociações. O reajuste foi de 7% para todas as faixas salariais. Houve um ganho real de 1,44%, visto que o INPC era de 5,56%. O menor salário dos gráficos, após o período de experiência, passou para R$ 1 mil. No mesmo mês, o STIG do Rio do Sul, que tem data-base também no primeiro mês do ano, teve igual conquista percentual. Com o aumento, o menor salário ficou em R$ 980.
No mês de abril, em conformidade com suas datas-bases, a Fetigesc e os STIGs de Itajaí e de Concordia fecharam as novas convenções coletivas de trabalho. O INPC do período foi de 5,81%. Já as conquistas foram de 7% para os trabalhadores de Itajaí (1,19% de ganho real), de 7,3% aos de Concordia (1,49% acima da inflação) e de 7,5% para os representados pela Federação (1,69% de ganho real). Os menores salários ficaram em R$ 957, R$ 960 e R$ 957 respectivamente.
Os STIGs de Joinville e de Florianópolis fecharam as convenções em maio, de acordo com as respectivas datas-bases. O INPC do período foi de 6,07%. Já as conquistas foram de 7,15% (1,08% ganho real) e de 7,5% (1,43% acima da inflação) respectivamente. O piso salarial dos gráficos de Joinville passou para R$ 958, enquanto dos trabalhadores da capital catarinense ficou em R$ 957. Já em agosto, foi a vez dos Sindicatos de São Miguel do Oeste e de Lages, que têm a data-base no referido mês. O piso ficou em R$ 1 mil (São Miguel) e em R$ 957 (Lages).
O último a fechar as transações foi o Sindicato dos Gráficos de Criciúma e Sul do Estado. O reajuste conquistado foi de 8%. A data-base é no mês de setembro. O percentual corresponde a um ganho real de 1,40%, já que o INPC do período foi de 6,58%. O menor salário passou para R$ 1.105. “Levando em conta anos anteriores, houve uma melhora nas atuais negociações coletivas de todos os Sindicatos”, frisa o presidente do Singraf, e Diretor da Nova Central de Santa Catarina Moacir Effting. O dirigente ressalta que, a cada ano, os sindicalistas da categoria vêm trabalhando para um alinhamento nas Convenções Coletivas, visando melhorar as negociações cada vez mais.
Piso salarial catarinense
Santa Catarina passou a ter este ano um salário mínimo regulado dentro do seu território. Essa foi uma luta e conquista do movimento sindical do Estado, através da unidade das centrais. Ainda em dezembro de 2013, os deputados estaduais aprovaram, sob a pressão dos órgãos de classe dos trabalhadores, o Projeto de Lei 52/13, que determinou os valores do reajuste do piso de quatro faixas salariais para 1º de janeiro de 2014. A média percentual foi de 9,27%. Dessa forma, o piso estadual obteve ganho real médio de 3,37%, diante de uma inflação estimada em 5,29%, segundo o Dieese/SC. O salário passou de R$ 875,00 para R$ 957,00.